Corrida realizada em 12 de outubro de 2014
> Distância de 21km
Quente! Muito quente! Campo Grande, a cidade morena, assim é chamada pela cor de sua terra (roxa ou vermelha). Cidade organizada, limpa e relativamente segura. Se orgulham de ser a primeira capital do país sem favela e sem moradores de rua. Uma organização os recolhem e os levam para um centro de triagem onde oferecem ajuda, orientação e encaminham para o mercado de trabalho. Se após três meses não conseguirem emprego são encaminhados de volta à sua terra natal.
Mesmo após várias recomendações de que essa cidade tinha um clima realmente quente, resolvi participar da Meia maratona do Pantanal – Volta das Nações. Corrida com inscrição gratuita organizada pelo Sesi e pela Tv Morena e que tem no percurso um dos mais difíceis que já fiz. 26 mil inscritos sendo que 16mil foram para a caminhada de 7 km, mais de 8 mil inscritos nos 10 km e cerca de 1 mil atletas(loucos) na meia maratona. Fiz parte do pequeno bando de loucos rsrs. Aqui uma crítica para a largada: não vi separação por pelotões e era quase impossível ir caminhando e atravessando a multidão que caminharia até ficar mais próximo do pórtico de largada. Resultado: nos primeiros 2 km tivemos que correr bem devagar na calçada para desviar dos 16 mil que se espremiam em 2 faixas de pista caminhando.
O percurso começa às 8h com cerca de 500m de ladeira abaixo mas logo entramos em uma avenida com uma subida interminável de cerca 2 km mas que alivia um pouco ao final pois retornamos e seguimos cerca de 3 km de descida leve. É nesse ponto que entendi o porquê de mais de 20 mil não terem optado pela meia maratona. Uma curva separa quem retornará nos 10 km (milhares) e seguir em frente para a meia (alguns poucos) em outra ladeira mais interminável ainda. A água, que vinha sendo distribuída corretamente a cada 2 ou 3km, nesse ponto faltou, mas como ainda estava cedo não pensei que seria problema. Mas foi.
A ladeira que viria sem nenhuma sombra terminaria aos 9 km sem nenhuma água também. Cheguei aos 12 km já completamente esgotado e sem condições de manter o ritmo então me preocupei somente em terminar os 21 km de qualquer forma. O próximo ponto de água seria perto do portão de entrada do parque dos Poderes. Já eram 6 km sem nenhuma água. Passei a pegar 2 copos e a caminhar muito. Foi aí que uma sacada da organização “salvou” a corrida. Por serem poucos a fazerem a meia maratona naquela altura, um motoqueiro passou a adiantar a hidratação do próximo ponto de água retornando na contramão e distribuindo água um por um que ia encontrando. O percurso dentro do parque pequeno também não ajudava. Além do calor, eram muitas subidas e descidas “gambiarra”, do tipo vai e volta, somente para dar a quilometragem certa dos 21 km.Ao final do parque você chega a olhar a reta de chegada mas tem que retornar e completar mais 4 km até entrar na rua da chegada por um outro acesso. Foi nesse acesso que presenciei o momento mais triste em todas as minhas corridas. Um atleta já falecido (ataque cardíaco pelo que soube) no canteiro central e algumas pessoas em volta com a SAMU.Meus sentimentos à família. Mas também foi nesse mesmo acesso que minutos depois já voltando para o hotel que presenciei um dos mais emocionantes: um jovem de 53 anos completando a meia maratona por volta de 3h20 em último com os batedores da polícia o acompanhando.
Parabéns aos organizadores por fazerem uma prova desse tamanho e de forma gratuita e por disponibilizarem tanto material no site http://www.midiasport.com.br/dentro/downloads/atleta/483899
Corrida recomendada? VEJA BEM. Altimetria muito variada somada ao clima extremamente quente.
Uma volta pelo Brasil...correndo! 